terça-feira, 6 de março de 2007

A SÍNDROME DE COLOMBO

Como é do conhecimento geral ,em tempos muito romanos,um certo general olhou cá para o sítio geográfico e fez saber às suas legiões que “Lá para o ocidente,junto ao mar,existe um povo muito complicado que não se governa nem se deixa governar”.Não sei se foi fado ou mau agoiro,mas o comentário do general tem continuado a estar bastante actualizado.Mais tarde,outra personagem bem conhecida,Cristóvão Colombo,iniciou um projecto grandioso.Deixou-nos como marca de referência a “sindrome de Colombo”,que tem sido,ao longo da história,bem copiada pelos nossos dirigentes.Diz-nos esta síndrome que: “-Quando Colombo saíu,não sabia para onde ía,quando chegou não sabia onde estava e tudo à conta do Estado”.A situação actual dos défices do país das famílias está mais de que justificado .Não há nada como aprender com a história.O sistema que nos tem dirigido mantém a tradição e tem continuado a viver em regime de novo-riquismo à custa do Estado.Só que agora chegou o momento da verdade e todos os dias lá aparece alguém da Europa a lembrar-nos que estamos a viver acima das nossas posses.Parece que temos vivido a “síndrome da sesta”. Dormitamos sobre os acontecimentos como se eles não nos dissessem respeito e neste deixa andar lá vamos cantando e rindo dos ditos défices, esperando que alguém resolva os problemas,obviamente …sem custos e sem sustos!
É neste cenário complicado que a OPV,leia-se Oferta Pública de Votos, ganha pelo actual Primeiro-Ministro,encontra campo de actuação ávido de melhorias.E tem sido um show atrás de show só comparável ao chamado “circo da fórmula1”.Monta-se o show,faz-se a corridinha e lá sai o pessoal de serviço para …a próxima corridinha.Foi assim com o “show OTA”,o “show TGV”,o “show Plano Tecnológico”,o “show Gates”,o “show Grandes Investimentos”,o “show Equipamentos Sociais”,o “show Reforma da Afministração Pública”…e aqui atingirmos o novo recode mundial de medidas…o Pacotão 333. Este Guiness já é nosso! E porque “show,logo existo”, muito espectáculo há ainda para ver.Nos intervalos temos sido contemplados os “shows na hora”,mais recatados e com menos pessoal mas,reconheça-se,com com grande impacto.Estou a referir-me a “empresas na hora”,”marca na hora”,”cartão do cidadão”na hora seguinte…E se o senhor Primeiro-Ministro conseguir as “nossas reformas na hora”,consultas com especialidades incluidas,na hora” ,”cirurgias na hora” e “subsídeo de desemprego na hora”,tudo naturalmente sem abusar muito do bolso do cidadão,o pódio é todo seu. O passado recente mostra como temos sido um país de artistas e por isso demasiado espectacular.Espero bem que os resultados de todos estes “shows” provem que estamos na fase séria de mudar Portugal.

José Vicente Ferreira
Gestor e Docente Universitário ISCSP-UT

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