terça-feira, 6 de março de 2007

TUDO ISTO EXISTE,TUDO ISTO É TRISTE,TUDO ISTO É ESTADO

TUDO ISTO EXISTE,TUDO ISTO É TRISTE,TUDO ISTO É ESTADO

A vida está complicada e o patrão Estado está cada vez mais guloso.Nada o satisfaz e com um apetite insaciável vai de morder em tudo o que pode.Tudo o que é essencial para viver subiu de preço.Os impostos,a começar pelo IVA,mordem diariamente. O IRS morde,cada vez mais,na classe média,pois para além de ter aumentado em numerário,tem de forma incrível, reduzido ou acabado com despesas dedutiveis.Em materia de impostos o Estado deitou as mãozinhas a tudo o que lhe foi passando pela frente.Nem os reformados escaparam e lá se foram os “benefícios finais”.O subsídeo de desemprego,a propósito da necessária moralização,apanha por tabela pela simples razão de ter que repartir menos verba por mais gente.Também vamos descobrindo,a pouco e pouco, que a um conjunto de medicamentos foi retirada ou diminuida a respectiva comparticipação.A fome insaciável continuou a morder e até as taxas moderadoras passaram a doer mais um bocadinho.Com cerca de1.300 milhões de euros de receitas cobrados a mais,em 2005,as melhorias do lado de cá de quem paga,não estão visíveis.Quanto mais arrecadam,mais gastam.Enfim,tudo isto existe e tudo isto é triste,tudo isto é Estado.Mas,este “Estado Maior” virou tecnocrático e arrogante. Voltámos à tradição de quem governa tem poder e nunca se engana.De novo,tudo passou a ser uma questão de rácios… que partem a paciência. E por causa destas ideias fecham maternidades, hospitais, esquadras, escolas.De facto,no fechar é que está o ganho.A ditadura da falta de dinheiro assim o impõe e os esclarecimentos que são dados não convencem as populações que continuam a pagar mais impostos para terem menos cobertura de serviços públicos.As consciências politicas hipnótizaram-se.Tudo isto é triste,tudo isto é Estado.Em paralelo com estes sinais do nosso descontentamento o Estado mantém um pequeno grupo de previligiados que se entretém no jogo das “vagas loucas”. Aqui a conversa muda de estilo e é ver o pessoal,a geito na fila de espera, a saltar “prá vaguinha”,substituindo os antigos donos dos sítios.É este Estado Maior que fomenta esta confusão. Quando o Estado é “maior” tem os pesos e as medidas que lhe convêm..A realidade é que há governantes a mais.Somos juntamente com a Grécia o país com mais ministros.A Suécia e o Reino Unido tem menos de metade dos nossos governantes.Os nossos 17 governos constitucionais tiveram entre 14 ministros no VI governo constitucional e os 21 ministros no XIV governo constitucional.Se juntarmos as secretarias de estado,o “quadro de pessoal governativo” tem andado sempre,entre as 54 e as 60 pessoas.Gente a mais gera burocracia,desconfiança e demasiada confusão de interesses. Os nossos Governos estão demasiado gordos e alimentam,a nível dos respectivos gabinetes,uma máquina paralela que prejudica o funcionamento da própria administração pública.Ainda está por descobrir a “poção mágica” que dê a volta a isto.Entretanto resta-nos cantar o fado…”Tudo isto existe ,tudo isto é triste,tudo isto é Estado” .

José Vicente Ferreira
Gestor e Docente Universitário

Sem comentários: